Alertar os pais sobre o perigo das drogas, atualmente presente em todos os ambientes e classes sociais, e
motivá-Ios a um diálogo franco com os filhos sobre o que leva alguém a usá-Ias.
O que diz a Bíblia (Gênesis 1,26-31)
Deus fez boas todas as coisas e criou o homem à sua imagem e semelhança, livre e senhor responsável de toda a criação. Deus conferiu ao homem o domínio sobre a terra, mas impôs-lhe limites no uso da natureza. Deu ao homem "todas ervas que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas", para que "sirvam de alimento". E viu que tudo isso era bom.
O homem não é o senhor absoluto da criação. Por isso, ele deve usar a natureza respeitando e considerando a finalidade de cada criatura prescrita pelo próprio Deus. Mas o homem quis ser ele mesmo "deus". Transgrediu a vontade divina. O pecado feriu a amizade com Deus e introduziu o desequilíbrio no interior do próprio homem. Em conseqüência, o homem rompeu a solidariedade com o próximo e destruiu a harmonia com a natureza: é o que ocorre quando ele faz mau uso das drogas.
Apresentação do tema
Por que algumas pessoas usam drogas? Que as drogas fazem mal, ninguém discute. O que se discute é porque, mesmo sabendo disto, as pessoas continuam a usá-Ias e em proporções cada vez maiores. A faixa etária daqueles que estão iniciando no vício está diminuindo assustadoramente: crianças com 8, 9 e 10 anos já estão usando maconha, bebidas alcoólicas, cola de sapateiro, cocaína, crack etc. e, sob o efeito destas drogas, sem o perceber, estão
ingressando no exército dos marginais, onde são iniciados no roubo, na prostituição, nos assaltos e nos crimes.
É difícil encontrar um motivo ou uma causa suficientemente forte para levar alguém a usar drogas.
Todos, ou quase todos, conhecem o perigo que o vício das drogas representa e mesmo assim são capazes de assumir o risco. Entre as diferentes causas que podem levar uma pessoa a usar drogas, temos: curiosidade, insegurança, conflito familiar, desinformação, vazio existencialista, desejo de contestação, ausência de Deus, um amanhã sem perspectiva, desorientação para o lazer, espírito de grupo e falso companheirismo (o jovem só consegue ingressar num grupo de maconheiros, se ele também começar a usar maconha), imaturidade, personalidade instável, desprezo por parte da sociedade, etc.
Uma causa forte capaz de levar alguém a usar drogas é a identificação com os ídolos. Aumenta a cada
dia o número de atletas, cantores, músicos e artistas do cinema e da televisão que estão usando drogas. E eles passam para os fãs a imagem do sucesso, da fama, da idolatria e da riqueza. Como é sabido, os jovens procuram imitar os ídolos em tudo que fazem, inclusive no uso das drogas.
Por vezes, duas ou três causas juntas, como, por exemplo, curiosidade, desinformação e falta de perspectiva, transformaram os jovens nas mais indefesas vítimas dos traficantes de drogas. Quem não gostaria de experimentar o êxtase (a droga do amor), se alguém lhe disser que esta droga aumenta seu desejo sexual, prolonga sua ereção, melhora sua aprendizagem na escola e não faz nenhum mal? Claro que tudo isto é mentira. Mas e daí? Curioso por natureza, desinformado por omissão de quem devia orientá-Io e sem perspectiva de um futuro melhor, certamente ele irá experimentá-Ia. E daí ao vício é apenas questão de tempo.
A chuva não cai apenas no telhado do vizinho
O problema das drogas é muito maior do que conseguimos imaginar e não será solucionado enquanto a sociedade não se conscientizar da sua importância nesta luta, principalmente porque as drogas não escolhem vítimas, não respeitam classes sociais e nem mesmo se preocupam com o poder aquisitivo das pessoas. Simplesmente elas chegam e se apossam dos indivíduos. Está em todo lugar.
A solução do problema das drogas torna-se muito mais difícil numa sociedade em que o indivíduo passou a ser valorizado pelo sucesso financeiro e pelo que possui. A substituição do SER pelo TER inverteu a escala de valores sociais e morais. Atualmente, o indivíduo é avaliado pelo que tem e não pelo que é. E para todos os que acham que seus filhos jamais serão atingidos pelas drogas, vale o provérbio chinês que diz: "a chuva não cai apenas no telhado do vizinho, ela cai no nosso telhado também".
Deste modo, somos todos responsáveis, desde o governo às elites dirigentes e também à classe média. Embora de difícil solução, porém não impossível, devemos começar agora com dedicação, perseverança e competência, tentar solucionar o problema das drogas. Não fomos nós que criamos tal problema, mas não adianta também ficar jogando a culpa no vizinho. Mesmo porque somente ele não é o responsável. O que importa agora é não nos omitirmos, mas participarmos do mutirão que se propõe a resolvê-Io. Precisamos
O necessário combate às drogas
Para quebrar o elo da grande corrente dos males causados pelas drogas é necessária, além da repressão, a educação dos jovens, na família, na Igreja e nas escolas, a fim de que tenham oportunidade de retomar antigos valores perdidos no tempo, tais como ética, moral e cidadania, e percebam a natural existência dos limites de sua liberdade. Mas só isso não basta. É urgente também o investimento na área social, na educação integral da pessoa, na geração de empregos, na reforma agrária, no esporte etc.
Na exortação Apostólica Ecclesia in America, o Papa João Paulo II apresenta elenco de medidas a serem tomadas no combate ao problema das drogas. Entre outras, cita a elaboração de leis para impedir a "reciclagem do dinheiro" e favorecer o controle dos bens de produtores e traficantes, além da ajuda que se deve dar aos agricultores pobres para que não caiam na tentação do dinheiro fácil oriundo do cultivo de plantas para a obtenção de drogas.
Temos de ser firmes e enérgicos na luta contra as drogas. De fato, a Igreja tem a convicção de que a vida é o primeiro de todos os bens, em consonância com os ensinamentos e a missão de Jesus que veio "para que todos tenham a vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10). Drogas são geradores de morte. As drogas matam o corpo e o espírito da pessoa humana. Estão, em conseqüência, em desacordo com o projeto de Deus para a humanidade. Lutar contra elas seria o ponto de partida para vivermos os próximos anos em paz, harmonia e felicidade. Que Deus nos ajude!
Dramatização
Convidar um jovem (de preferência, um rapaz) para recitar o "Drama de um apaixonado":
Drama de um apaixonado
Quando a conheci, tinha 16 anos. Ela, eu não sei.
Fomos apresentados numa festa por um carinha que se dizia meu amigo.
Foi amor à primeira vista. Ela me enlouquecia.
Nosso amor chegou a um ponto que já não conseguia viver sem ela, mas era um amor proibido.
Meus pais não aceitavam. Fui repreendido na escola e passamos a nos encontrar escondidos, até que não deu mais.
Fiquei louco, eu a queria mas não a tinha. Eu não podia permitir que me afastasse dela. Eu a amava.
Bati com o carro, quebrei tudo dentro de casa e quase matei minha irmã. Estava louco, precisando dela.
Hoje, tenho 39 anos, estou internado num hospital, sou inútil e vou morrer abandonado pelos meus pais e amigos e por ela.
Seu nome: "cocaína"; seu apelido: "crack".
Meu amor, minha vida, minha destruição e minha morte devo a ela.
Deixar que todos partilhem a fala do jovem. Pode-se completar a história de acordo com a criatividade e experiência, ou pelo que se conhece sobre a questão.
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