Duração de tempo em que foi escrita a Bíblia:
O processo de escrita da Bíblia passou mais de 1.000 anos. Sendo que 1.000 anos foram para o Primeiro Testamento e; 100 para o Segundo Testamento. Geralmente o processo aconteceu assim: o fato acontece; é transmitido de boca em boca por tradição oral; espalha-se por vários grupos e lugares diversos; é celebrado e só depois é fixado por escrito.
Quando se trata da Bíblia, o que quer dizer “Canônico”?
“Canônico” advém da palavra grega “Cânon” que significa “cana” instrumento usado para medir. Cânon, portanto, quer dizer “medida”, “régua”, “norma”, ou “lista”. No uso da igreja, o termo passou a designar as normas de fé e as regras de vida da igreja. Aplicado esse termo à Bíblia, se quer afirmar que há uma lista de livros aceitos por toda a igreja. Logo, canônica é uma declaração de “suficiente”, de que os livros como os encontramos na nossa Bíblia hoje, é suficiente para nossa vida de fé.
Livros Apócrifos:
O termo “apócrifo” é grego e quer dizer “oculto”, “guardado”, “escondido”. Usa-se esse termo para aqueles livros que não foram considerados canônicos pelo povo de Deus no Primeiro Testamento e pela igreja no Segundo Testamento. Por não ter nada relevante à Fé e a Revelação. Por não ser usado oficialmente na liturgia e na catequese, eram lidos no recito do lar doméstico. Desse modo, foi dado o nome de apócrifos. Veja aqui uma lista de alguns deles:
Apócrifos do Primeiro Testamento: 3Esdras; livro de Henoc; Testamento dos 12 Patriarcas; Assunção de Moisés; Salmos de Salomão, etc;
Apócrifos do Segundo Testamento: Evangelho de Tomé; Evangelho árabe da Infância; evangelho de Pedro; Atos de André; Evangelho de Tiago; Assunção da Virgem Maria; livro de João Evangelista, etc.
Erros na Bíblia:
Dentro dos objetivos a que se propõe a Bíblia, como plano de Deus, não contém erros. E qual o objetivo fundamental da Bíblia? Revelar o próprio Deus e sua presença atuante no universo, na vida e na história. Outro sim, a Bíblia contém limites do alcance da ciência, da história, de época, de informações importantes que poderia elucidar muitas outras realidades temporais e ajudar melhor no sentido de defesa e promoção da vida de modo mais profundo. A isso, sim, ela contém limites. Mas, naquilo a que se propõe a Bíblia, não contém erros.
A Bíblia e a Ciência:
A Bíblia não é um livro de ciências, nem tão pouco um livro de histórias. Ela trata da relação de Deus com o seu povo. O que acontece na vida e na trajetória histórica desse povo serve como espelho espontaneamente para refletir nossa história hoje, nossa caminhada, a luz da fé. A Bíblia não fala de ciência ou faz ciência, ou mesmo matemática, ou outra ciência qualquer. Seus autores apenas retrata a relação do povo com seu Deus, num determinado período, numa determinada época, dentro de uma cultura, conforme uma concepção da vida e da divindade. Por isso, temos que estudar o seu contexto, se quisermos interpretar corretamente seus textos e iluminar nossa vida hoje.
Traduções da Bíblia:
A primeira tradução da bíblia aconteceu do hebraico para o grego. Essa primeira tradução para o grego é aquela que ficou famosa como a “Tradução dos Setenta” ou “Septuaginta”, porque segundo a tradição foi feita por 70 sábios judeus. Isso aconteceu no século 3 antes de Cristo.
A segunda tradução foi do grego para o latim. O papa Dâmaso, em 382, confiou a Jerônimo a essa tradução que terminou lá pelos anos 390 e 405 depois de Cristo. Essa tradução ficou conhecida como a “Vulgata” por ser o latim ligua vulgar, comum, usual.
A terceira tradução foi feita do hebraico para o alemão. Martinho Lutero esteve a frente desse projeto, por entender que o povo deveria ter a Bíblia na sua própria língua. Essa intuição foi confirmada quase 5 séculos depois, pelo Concílio Vaticano II, que devolveu a Bíblia para o povo, na língua do povo.
A primeira tradução da Bíblia para a língua portuguesa foi feita em 1681 por João Ferreira de Almeida, que era evangélico. Em 1821 é que o padre Antônio Pereira Figueiredo traduz a versão católica da Bíblia.
Nos anos 50 foram editadas várias outras traduções modernas da Bíblia, entre as quais temos: Bíblia de Jerusalém; Bíblia Sagrada (Vozes); Tradução Ecumênica da Bíblia (Loyola); Bíblia Pastoral (Paulus); etc.
Capítulos e Versicos X Um bispo e um jornalista
A divisão em capítulos é atribuída a Estevão Langton, arcebispo de Cantuária na Inglaterra em 1228. A divisão em versículos foi feita por Roberto Stephen, tipógrafo e foi ele também que imprimiu a primeira Bíblia com essas divisões, em 1555, a “Vulgata” em latim.
Fonte: Uma introdução à Bíblia. Porta de Entrada. Bohn, Ildo Gass. Cebi.Paulus. Vol. 1
0 comentários:
Postar um comentário